História da língua italiana - bem rapidinho
O italiano e os dialetos que são falados na Itália derivam do latim, assim como outras línguas, como o português, o espanhol, o catalão, o francês e o provençal. Esse processo durou séculos e começou quando por volta do terceiro século antes de Cristo os latinos (ou romanos) de sua região de origem na parte centro-sul da Itália. Esse deslocamento é marcado por combates a outros povos e o estabelecimento de colônias , primeiro em direção ao norte, depois em direção ao sul da península Itália e mais tarde por boa parte da Europa, Palestina e Norte da África.
A expansão ocorreu entre 264 a. C até 117 d. C. , quando o império atinge sua máxima extensão.
A expansão ocorreu entre 264 a. C até 117 d. C. , quando o império atinge sua máxima extensão.
"Roman Republic Empire map fast". Licenciado sob CC BY-SA 3.0 via Wikimedia Commons.
Língua vulgar
O latim, como todas as línguas vivas não tinha uma unidade linguística absoluta. Ele evoluiu ao longo do tempo e apresentava diferenças regionais e das várias camadas da população.
As línguas neolatinas derivam de um latim chamado latim vulgar e das línguas faladas pelos povos dominados pelos romanos. Vulgos na língua latina significava povo, ou seja, o italiano, francês, o português, etc, surgem da língua latina falada por vários tipos de pessoas: soldados, comerciantes, burocratas, que foram as primeiras camadas da sociedade a interagir com os povos dominados pelos romanos.
Aquelas variantes do latim ao longo dos séculos, após a continuada convivência com línguas faladas pelos povos dominados serão o que chamamos de línguas vulgares e posteriormente de línguas neolatinas ou românicas. O italiano que se estabelece como língua oficial da nação italiana no final do século XIX é fortemente influenciado pelo vulgar toscano.
As línguas neolatinas derivam de um latim chamado latim vulgar e das línguas faladas pelos povos dominados pelos romanos. Vulgos na língua latina significava povo, ou seja, o italiano, francês, o português, etc, surgem da língua latina falada por vários tipos de pessoas: soldados, comerciantes, burocratas, que foram as primeiras camadas da sociedade a interagir com os povos dominados pelos romanos.
Aquelas variantes do latim ao longo dos séculos, após a continuada convivência com línguas faladas pelos povos dominados serão o que chamamos de línguas vulgares e posteriormente de línguas neolatinas ou românicas. O italiano que se estabelece como língua oficial da nação italiana no final do século XIX é fortemente influenciado pelo vulgar toscano.
Línguas e dialetos
Na Idade Média na península italiana temos a língua latina (conhecido por latim clássico) que ainda se mantém como língua da escrita e da cultura das classes dominantes. E várias línguas vulgares faladas pelos habitantes das várias regiões, alguns com mais prestígio que outros. Do ponto de vista literário duas escolas marcaram a época: a escola siciliana e a escola toscana. Dante, Petrarca e Boccaccio são chamados por muitos os pais da língua italiana, já que o vulgar toscano literário que foi a língua mais difundido na península, mas na verdade a língua vulgar da toscana, assim como a de outras regiões sempre continua a se misturar com o latim vulgar e passar a ser usada em textos escritos de outras áreas, como avisos, contratos, etc.
Essas inúmeras línguas vulgares evoluíram ao longo dos séculos e , no caso da Itália, são o que hoje chamamos de dialetos. É importante dizer que um dialeto não é uma língua menor ou falada de modo errado ou mesmo uma língua falada e não escrita. Um dialeto é uma língua e pode, por razões políticas, tornar-se a língua oficial de um estado ou pelo menos ser reconhecida como língua (é o caso do Catalão e do Galego, por exemplo, que são línguas que se originam das línguas vulgares, exatamente como os dialetos existentes na Itália).
Essas inúmeras línguas vulgares evoluíram ao longo dos séculos e , no caso da Itália, são o que hoje chamamos de dialetos. É importante dizer que um dialeto não é uma língua menor ou falada de modo errado ou mesmo uma língua falada e não escrita. Um dialeto é uma língua e pode, por razões políticas, tornar-se a língua oficial de um estado ou pelo menos ser reconhecida como língua (é o caso do Catalão e do Galego, por exemplo, que são línguas que se originam das línguas vulgares, exatamente como os dialetos existentes na Itália).
Língua Italiana
Até 1861 não havia uma nação italiana, como a França ou a Inglaterra, por exemplo, que tiveram a unificação territorial e linguística estabelecidas séculos antes da italiana. Uma política linguística só surgirá na Itália durante o processo de Unificação. Do ponto de vista de língua literária havia o modelo elaborado pela elite, muito calcado no "toscano", mas com forte influência do francês. Não havia efetivamente uma língua comum de conversação, pois cada região (não as regiões da Itália de hoje, uma divisão do território da península em reinos e similares) tinham sua língua (os dialetos).
No século XIX, com a criação de um Estado italiano, a questão de uma língua oficial é debatida por políticos e intelectuais. Uma variante de um dialeto (da elite e, com raízes no toscano, como vimos acima) é definida como língua nacional, mas isso não significou a morte de outros dialetos, mas os ou, mas serão necessários alguns avanços políticos e tecnológicos para que esse italiano seja difundido. A Escola teve um papel fundamental no estabelecimento de uma variante como língua oficial e nacional, e refletiu uma política linguística do Estado, pois a língua era ensinada de maneira formal, ou seja, sem aceitar dialetos ou variantes da língua oficial.
O período fascista (entre 1919 e 1943) deixou marcas profundas na concepção italiana de língua e dialeto. Conceitos como uma língua de alta cultura, descendente direta do latim de um grande império, entre outros, permeiam discursos ainda hoje circulando na ItáliaO rádio e posteriormente a televisão, também controlados pelo Estado colaboraram na disseminação em nível nacional de um determinado italiano oral, já com forte influência romana e milanesa (os dois polos de poder na Itália).
A língua oficial do Estado Italiano é o italiano, a qual que é usada pelo Estado e pelo povo em suas diversas expressões escritas e orais com marcas regionais na pronúncia e léxico, exatamente como no Brasil. Além da língua oficial existem os dialetos (também com marcas que os diferenciam dentro da própria região), os quais não são usados pelo Estado, mas pela população em diversos gêneros do discurso. A mobilidade da população italiana dentro de seu território, assim como a força homogeneizadora da mídia fez com que o uso do dialeto tenha diminuído muito nos últimos anos.
No século XIX, com a criação de um Estado italiano, a questão de uma língua oficial é debatida por políticos e intelectuais. Uma variante de um dialeto (da elite e, com raízes no toscano, como vimos acima) é definida como língua nacional, mas isso não significou a morte de outros dialetos, mas os ou, mas serão necessários alguns avanços políticos e tecnológicos para que esse italiano seja difundido. A Escola teve um papel fundamental no estabelecimento de uma variante como língua oficial e nacional, e refletiu uma política linguística do Estado, pois a língua era ensinada de maneira formal, ou seja, sem aceitar dialetos ou variantes da língua oficial.
O período fascista (entre 1919 e 1943) deixou marcas profundas na concepção italiana de língua e dialeto. Conceitos como uma língua de alta cultura, descendente direta do latim de um grande império, entre outros, permeiam discursos ainda hoje circulando na ItáliaO rádio e posteriormente a televisão, também controlados pelo Estado colaboraram na disseminação em nível nacional de um determinado italiano oral, já com forte influência romana e milanesa (os dois polos de poder na Itália).
A língua oficial do Estado Italiano é o italiano, a qual que é usada pelo Estado e pelo povo em suas diversas expressões escritas e orais com marcas regionais na pronúncia e léxico, exatamente como no Brasil. Além da língua oficial existem os dialetos (também com marcas que os diferenciam dentro da própria região), os quais não são usados pelo Estado, mas pela população em diversos gêneros do discurso. A mobilidade da população italiana dentro de seu território, assim como a força homogeneizadora da mídia fez com que o uso do dialeto tenha diminuído muito nos últimos anos.
Em 1494 a Península estava partilhada deste modo:
em 1843 a divisão era esta:
Hoje a Itália é uma nação dividida em 20 regiões e o Vaticano, que é um Estado, ocupa um pedacinho minúsculo na cidade de Roma.
Uma explicação bem sucinta e muito boa
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Pierpaolo Pasolini em entrevista nos anos '60 fala sobre a "gênese"e evolução da língua italiana e de como uma língua, falada e escrita por uma classe dominante predominou sobre outras.
Pode ser difícil de compreender o que ele diz, se você assistir somente uma vez, mas tente ver e rever a entrevista. Tome nota das palavras que você consegue entender e você perceberá que a língua italiana não é tão distante assim da língua portuguesa. |